sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Os Marmas - Pontos Prânicos do Corpo


As portas que levam aos nadis são três: a mente, a respiração (o prana) e os marmas.


Descrição c1ássica de um marma no Yoga. Marma significa secreto, oculto. Os marmas são certos pontos do corpo que podem deter­minar a vida e a morte. São regiões anatómicas do corpo, e quase todos são compostos de carne e ossos. São elemento muito importante do Ayurvéda e constituem um meio directo de tratamento dos nadis e do prana que circula por e1es. No Ayurvéda, o conhecimento dos marmas era essencial para o cirurgião; além disso, todos os médicos conhe­cem a ameaça que e1es representavam caso fossem feridos.


Os marmas são semelhantes aos pontos de pressão usados na reflexologia e na acupunctura. Com efeito, é o sistema de marmas que dá origem a esses dois sistemas e a acupunctura. Os marmas, como os pontos de acupunctura, são medidos em dedos. São 107 e c1assificados em seis categorias:

As seis categorias, são as seguintes:
1. Mamsa marmas - predo­mina neles o tecido muscu­lar.
2. Asthi marmas - predomi­na o tecido ósseo.
3. Snayu marmas - predomi­nam os tendões e ligamen­tos.
4. Dhamani marmas - pre­dominam as artérias.
5. Sira marmas - predomi­nam as veias.
6. Sandhi marmas - predo­minam as articulações ósseas.

Os marmas definem-se, ainda, pela sua localização no corpo e o seu número:

1. Cabeça e pescoço: 37
2. Frente do Corpo: 12
3. Membros Superiores: 2
4. Parte de Trás do Corpo: 2
5. Membros Inferiores: 14
Total: 107.


Os marmas também são classificados segundo os sinais que apresen­tam quando são feridos.

Os marmas não devem ser vistos como um sistema complicado e difícil, como o dos pontos de acupunctura.


Os marmas são medidos em dedos. A unidade de medida e a largura do dedo do paciente, não a do dedo do terapeuta. As localizações são especificadas dessa maneira porque cada pessoa tem uma constituição física diferente, tem medidas e proporções diferentes. Em comparação com outros sistemas, os marmas também são diferentes porque podem ter urna largura de um a oito dedos - ou seja, muitas vezes indicam uma região do corpo, e não um simples ponto.


Na terapia de massagem, os marmas podem ser usados de três maneiras:
1. para tratar os nadis e, portanto, os pranas;
2. para tratar um órgão ou um sistema orgânico especifico;
3. para tratar um desequilíbrio especifico dos doshas.

Cabeça e Pescoço (as medidas são dadas em dedos - a largura do dedo.)


Métodos de Tratamento

Os principais métodos de tratamento dos marmas são a pressão, a massa­gem circular e 0 uso de óleo e de óleos essenciais. Também podem ser tratados pelo calor. São pontos muito deli­cados e não devem ser es­timulados com força nem de maneira agressiva. Do mesmo modo, a pressão deve ser aplicada lentamen­te, a força aplicada deve ser cres­cente. A presença mental do terapeuta é extremamente importante. A respiração é um elemento essencial de todas as técnicas de mas­sagem, mas especialmente na massagem dos marmas, pois eles são meios abertos para o prana do pa­ciente.


A Respiração como método de tratamento

A respiração é o principal método de tratamento dos marma. É pela respiração, principalmente, que o prana entra no corpo.

O prana entra no corpo na inalação (prana vayu) e sai do corpo na exalação do ar (apana vayu).
Quando se executa uma massagem, o nadi predominante na hora da sessão também influencia a nature­za do prana - solar ou lunar - projectado pelo terapeuta. Quando o prana é projectado conscientemente, este pode assumir as qualidades de outros pranas que não simplesmente o apana vayu.


Todas as expirações devem ser feitas pela boca. A exalação do ar pelo nariz não possibilita uma melhor emissão de prana a quem estaremos a fazer a massagem, pois os nadis vão ficar fechados. A respiração nasal é adequada para a meditação. Exemplo: a prática de ásanas ou qualquer outra actividade de auto aperfeiçoamento.


Os profissionais mais experientes são capazes de controlar a qualidade do prana que irão transmitir na massagem. Quando é referida a qualidade do prana, esta pode ser penetrante, tranquilizante, estimulante, entre outras que podem servir para tratar os marmas ou marma em questão.





Aplica-se pressão sobre os marmas como se faz em qualquer outra terapia de pressão. Primeiro o terapeuta encontra o marma, localizando um ponto ou pontos onde os tecidos estejam doloridos, duros, delicados ou sensíveis. Aplica-se então a pressão em quantidade crescente. A respiração crescente é importante. Deve-se expirar com a consciência de que o prana está a sair/fluir, e a entrar no prana da pessoa que está a receber a terapia.



Pressão

Aplica-se pressão sobre os marmas como se faz em qualquer outra terapia de pressão. Primeiro, o terapeuta encontra o marma, localizando um pon­to onde os tecidos estão doloridos, duros, delicados ou sensíveis. Aplica-se então a pressão em quantidade crescente. A respiração consciente é importante. Deve-se expirar com a consciência de que o prana está sair das mãos e a entrar no marma. Quando se chegar a um grau de pressão que cause dor ou desconforto à pessoa, fazer pequenos movimentos circulares no sentido anti-horário para dissipar a tensão formada no ponto.


Em geral, os movimentos circulares no sentido horário energizam e estimulam os marmas (ou o corpo) e os movimentos no sentido anti-horário dissipam e espalham o prana bloqueado.
O segredo da aplicação da terapia de pressão sobre os marmas está em ir devagar até o paciente sentir dor e depois aplicar mais devagar. Muitas vezes, só se deve aplicar a pressão, sem fazer nenhum movimento. Nos pontos que estão muito duros e tensos, aplicar a pressão e mantê-la por dois ou três minutos. Então, pára-se duas respirações e volta-se a aplicar pressão. Fazer as vezes que sejam necessárias para curar o marma. Se o prana for transmitido cons­cientemente, verificar-se-á que o ponto será curado em metade do tempo normal.

Portanto, existem dois tipos de movimento circular - no senti­do horário e no sentido anti-horário.


No caso de marmas ou marma deficiente, temos que ver o que se passa com a pessoa a outros níveis.


O marma deficiente é aquele que está a perder o prana ou que está sem capacidade de absorver prana. O marma bloqueado é aquele que nem absorve nem libera prana, aquele cuja actividade energética esta parada.

Distinção entre marma deficiente ou marma normal:

Os marmas deficientes são moles, dolorosos na superfície, sensíveis, elásticos e frios; a área à volta deles é fria e solta; o tónus muscular e baixo.

Os marmas bloqueados são duros, dolorosos num nível profundo, sensíveis a pressão forte, firmes, quentes ou mornos; a área à volta é sensível e macia.

Os dois tipos de marmas precisam ser recarregados ou energizados. Por isso funciona melhor se os marmas bloqueados forem "abertos e purificados" antes da energização. E, no caso dos pontos bloqueados ou estagnados, é melhor aplicar fortes movimen­tos no sentido anti-horário por alguns minutos antes de tentar estimulá-los com movimentos no sentido horário. 0 contrário, é válido para os marmas deficientes: o melhor é primeiro estimulá-los por alguns minutos com movimentos no sentido horário. Todos os movimentos devem ter pressão variável segundo a necessidade, e devem ser rápidos e fortes. Os marmas bloqueados precisam de uma pressão mais forte do que os deficientes. Ter cuidado com: a zona que se está a fazer a pressão, se for no crânio não se pode exercer a mesma pressão que numa perna ou num braço. E também, ter atenção a outras patologias/doenças/desequilíbrios que existam na zona que iremos fazer pressão. Nunca devemos esquecer isto.

É extremamente eficaz para a aplicação tópica.

Pode-se misturar os ó1eos essenciais aos ó1eos de massagem.

No que diz respeito aos marmas, o óleo deve ser usado, em primeiro lugar, segundo a necessidade terapêutica - ou seja, segundo os factores prakruti, dosha, sistema (srota) e órgão, deve ser por esta ordem. Se se estiver a cu­rar uma doença especifica, esse fator - a doença - pode entrar logo depois do dosha. O ó1eo deve estar sempre quente, ou pelo menos morno. Para que, os poros da pele se abram e ele pode ser absorvido mais facil­mente. Deve ser aplicado com as tecnicas de massagem especificas, que farão com que ele penetre mais fundo no marma. O ó1eo e uma subs­tancia benéfica para a nutrição dos nadis e dos marmas. Serve para o forta­lecimento do corpo.


Se o paciente estiver muito fraco ou doente, recomenda-se a massagem dos marmas com ó1eo. Pode-se pingar o ó1eo quente sobre o ponto e deixá-lo lá por algum tempo antes de começar a massagem. Esse método é bastante eficaz, pois permite que o paciente relaxe antes que comece a massagem do próprio marma . Também o ó1eo deve ser massajado com movimentos circulares cada vez mais activos.



Referências Bibliográficas:

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OSHO. O Tarô Zen, de Osho – O Jogo Transcendental do Zen. Ed. Cultrix, 2003.


Trabalho de:

Cláudia Lizardo

1 comentário:

  1. Boa noite, Cláudia. Foi mto elucidativa e verdadeira a forma como vc abordou o assunto. Vc é de que estado? Tem email ou FB para trocarmos algumas figurinhas? Forte abç. Namastê.

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