sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Diagnóstico da Língua



Introdução

Como me propus, neste trabalho irei falar de um dos métodos de diagnóstico utilizado na medicina Ayurvédica, o diagnóstico feito através da língua.
Ao longo da minha pesquisa verifiquei que este não é um diagnóstico exclusivo desta medicina, mas sim também utilizado na medicina Chinesa. Deste modo, e devido à falta de informação existente sobre a medicina Ayurvédica, baseei-me nos conhecimentos de MTC, pois encontram-se mais divulgados em Portugal e como o diagnóstico é utilizado em ambas não poderá ser diferente, pois a língua é sempre o mesmo órgão independentemente do país, cultura ou médico.

A medicina Ayurvédica procura tratar não apenas os sintomas manifestos, mas o corpo todo. Usa uma combinação de fitoterapia, alimentação, yoga e meditação para restaurar o equilíbrio do corpo. Como nas outras medicinas alternativas, o processo de diagnóstico depende muito da capacidade de observação e questionamento do terapeuta do que dos exames de laboratório e técnicas de diagnóstico por imagem.

Diversas doenças que afectam o organismo e alguns comportamentos podem ser identificados pela observação dos dentes, lábios e língua. Quando um órgão ou sistema fica doente a homeostasia é quebrada e reflecte-se nalguns, ou todos os outros sistemas do organismo.

Os antigos médicos realizavam o exame da língua como método auxiliar no diagnóstico das mais variadas doenças, pois a língua e as estruturas adjacentes (bochechas, gengivas, glândulas, saliva, etc.) exibem sinais e sintomas muitas vezes precoces de doenças. Deste modo, é possível diagnosticar uma patologia precocemente e antes de ela “atingir o seu objectivo”- provocar a falência do órgão ou sistema.

O exame da língua deve ser feito sob a luz natural e deve ter a duração de não mais de 15 segundos para que a tensão não altere o seu formato e cor. Deve ter-se em atenção as substâncias alimentares e medicamentosas sobre a cor da superfície, nunca esquecendo que um paciente que respire pela boca irá apresentar uma língua mais seca.


Segundo a Medicina Chinesa, a língua mede a nossa saúde, mostra-nos a sua relação com o coração, pâncreas, fígado e rins. Uma língua considerada normal apresenta uma coloração rosada, larga e arredondada, podendo possuir uma capa fina e húmida sobre toda a sua superfície. Em caso de padecimento, as modificações anormais da cor da língua aparecem, esta torna-se pálida branca, vermelha escarlate ou violácea. A tradição Ayurvédica divide a língua em três áreas que reflectem os diferentes órgãos e baseia-se em três aspectos fundamentais, são eles:
- A cor;
- O formato;
- O revestimento.

A cor

Em termos patológicos, e de uma forma simplificada, os significados das cores são os seguintes:

Língua vermelha
- é o resultado de excesso de calor que provoca uma abundância excessiva de energia e de sangue. Indica úlceras ou cancro do estômago ou intestinos. Quando o vermelho é mais acentuado na ponta da língua e a ponta do nariz apresentar igualmente uma cor avermelhada é sinónimo de um coração inchado. Se a língua apresentar grânulos em volta, significa excesso de energia nos pulmões e carência de água no organismo.

Língua branca pálida
- é uma cor mais pálida que a cor normal da língua, significa que esta já não é aquecida e nutrida convenientemente e geralmente observa-se durante o decurso de sindromas de frio ou de sangue. Indica-nos que há excesso de muco no estômago e quando simultaneamente não consegue ser puxada para fora, em linha recta, ou se mostra trémula, aponta para problemas no sistema nervoso. É também indicio de infecção renal.

Língua amarela
- indica-nos problemas no fígado, vesícula biliar e pâncreas.

Língua escarlate
- é uma cor mais vermelha mais acentuada. Geralmente observa-se nas doenças de tepidez, quando o calor penetrou ao nível da camada alimentícia e da camada de sangue ou durante as afecções crónicas ou graves.

Língua violácea
- no caso de mulheres grávidas, que apresentem esta cor na língua, pode ser indicio da morte do feto .

O formato

A observação da morfologia da língua consiste essencialmente em examinar o aspecto grosso ou afiado do corpo da língua, a sua aparência (velha ou jovem), se apresenta fissuras ou aspecto serrilhado e a sua mobilidade. A língua pode apresentar movimentos ou atitudes particulares: pode ser rígida, flácida, ostentada, desviada ou retraída.

Língua serrilhada/dentada
- língua que apresenta marcas dos dentes sobre os bordos, pode ser sintoma de várias situações: presença de vermes intestinais, deficiência do baço, acumulação excessiva de humidade e de frio.

Língua grande
- indica-nos que a pessoa sofre de hipertrofia cardíaca.

Língua grossa e redonda
- característica de uma pessoa que intitulamos que tem “um coração de boi” e ao mesmo tempo apresenta problemas nas válvulas cardíacas.

Língua afiada e fina
- indica-nos insuficiência de líquidos fisiológicos e que a pessoa sofre de palpitações e infecção do miocárdio.

Língua fissurada
- a língua apresenta fissuras, consequência de uma deficiência dos líquidos orgânicos e do sangue que já não a conseguem alimentar, no entanto, uma língua fissurada também se pode observar numa pessoa de perfeita saúde. Uma língua com cor escarlate e com fissuras indica uma lesão dos líquidos orgânicos provocada por excesso de calor. Uma pessoa que apresente uma língua branca com fissuras é um sintoma de deficiência do sangue. No caso da fissura se encontrar no centro da língua, indica-nos problemas de fígado e boca, se a fissura for profunda indica ocorrência de problemas cardíacos.

Língua rígida
- quando o corpo da língua é rígido e não se pode dobrar, alongar ou virar. Indica-nos que existe uma desnutrição grave. Quando esta característica aparece na sucessão de uma perturbação interna, constitui pródomo de apoplexia, permitindo prever o risco de AVC ou paralisia.

Língua desviada
- o corpo da língua está desviado para um dos lados. Observa-se em caso de apoplexia ou em seu prenúncio.

O revestimento lingual

O revestimento lingual é produzido pela energia do estômago. É normalmente constituído por uma camada fina e branca, nem muito seca nem muito húmida. A observação do revestimento consiste essencialmente em examinar a sua cor e o seu aspecto. O revestimento pode apresentar-se principalmente em quatro cores: branco, amarelo, cinzento e preto. As modificações da cor, revelam o nível de penetração da energia perversa: superficial ou profunda; e a sua natureza: fria ou quente.

Quando se trata de uma afecção de origem externa, a cor de origem externa, a cor do revestimento passa de branco ao amarelo, depois ao cinzento e finalmente ao preto, isto é, a energia perversa atinge a profundidade por um processo de penetração progressiva.

Revestimento branco
- um revestimento branco e fino é um revestimento considerado normal, mas se o revestimento for branco, espesso, pegajoso, liso e opaco está relacionado com problemas de estômago, intestino grosso e denuncia um intestino delgado sem energia e provavelmente infecção das vias respiratórias.

Revestimento amarelo
- um revestimento amarelo, seco, acompanhado de mãos quentes e pés frios, olhos vermelhos e injectados revelam febre intestinal e secura da água corporal.

Revestimento cinzento
- revela perda de água, mas quando se apresenta cinza escuro denuncia inflamação dos rins e debilidade das vísceras (os rins são os únicos órgãos que não se recompõem). Quando se junta ao revestimento cinzento a presença de gases, significa que provavelmente a pessoa padeceu de um derrame cerebral.

Revestimento preto
- o revestimento preto provém com frequência da evolução de um revestimento cinzento ou amarelo queimado. Aparece frequentemente durante um estado critico de uma doença

Pouca mucosidade ou muco muito avermelhado indicam febre interna, aliada a prisão de ventre e normalmente diabetes.

Aspecto do revestimento
O aspecto do revestimento lingual compreende as seguintes características:
- espesso ou fino;
- húmido ou seco;
- turvo (apodrecido) ou gordo (gorduroso);
- descamado;
- enraizado ou flutuante.

Espesso ou fino
- a espessura do revestimento permite avaliar a potência da perversidade e apreciar o estado do doente. Um revestimento fino, observa-se em geral no inicio de uma afecção. A patologia localiza-se à superfície e o estado do doente não é preocupante. Um revestimento espesso indica a progressão no sentido da profundidade e o estado do doente é mais sério, havendo sempre progressão da doença. Se a espessura do revestimento lingual diminuir, a energia perversa evolui da profundidade para a superfície, havendo regressão da doença e melhoramento do paciente. Pode também indicar acumulação de mucosidades húmidas a nível interno.

Húmido ou seco
- o revestimento normal é húmido, e indica que os líquidos fisiológicos sobem sem dificuldade. O grau de secura ou humidade do revestimento lingual revela o estado dos líquidos orgânicos. Um revestimento seco, que em caso de agravamento, se torna rugoso e apresenta espinhas, revela perda de líquidos.

Turvo (apodrecido) ou gordo
- o revestimento turvo assemelha-se a restos de queijo de soja, é possível retirá-lo limpado a língua. É causado pela subida de “substâncias pútridas” acumuladas no estômago. O revestimento gordo é também viscoso, como se uma camada de líquido viscoso recobrisse a superfície da língua, só se podendo retirar por fricção.

Descamado
- o revestimento lingual cai bruscamente e não é substituído, a superfície da língua torna-se limpa e polida (como um espelho, designando-se por “língua em espelho”).

Fixo ou flutuante
- o revestimento fixo é um revestimento que não se retira raspando, parece que está integrado na língua, chamando-se também revestimento verdadeiro. O revestimento flutuante é um revestimento que parece simplesmente colocado sobre a língua e que sai raspando, chamando-se assim de falso revestimento.

Trabalho de:

Patrícia Gomes

Diagnóstico do Rosto


Introdução

Com a realização deste trabalho é proposto dar a conhecer um dos métodos de diagnostico utilizado na Medicina Ayurvédica o Diagnóstico do Rosto. O Trabalho é composto por uma primeira parte onde é feita a apresentação de temas e conteúdos no aspecto geral . A segunda parte é dado a conhecer todas as áreas , linhas , sinais e rugas e constituintes do rosto e os seus signficados. E por ultimo uma breve conclusão pessoal.


Rosto o nosso espelho….

O rosto é o espelho da mente podendo mesmo revelar o biótipo (dosha) da pessoa e aquilo que está em desequilíbrio. A análise do contorno do rosto, das suas linhas, do formato do nariz, da orelha e da boca permite aos especialistas conhecer certas particularidades do carácter da pessoa e desequilíbrios e fragilidades orgânicas.

Quanto as formas e as marcas da face, estas estão ligadas a nossa personalidade e história além de auxiliarem no diagnóstico de doenças físicas e emocionais.

Por exemplo "Rugas ou linhas horizontais na testa indicam preocupação ou ansiedade. Linhas verticais entre as sobrancelhas e do lado direito, problemas no fígado. Linhas verticais entre as sobrancelhas e do lado esquerdo acusam distúrbios no baço.


Diagnóstico da Face em Medicina Ayurvédica….

A Fisiognomonia (estudo da face) teve o seu berço na Índia, quando os antigos habitantes daquele país estudavam as rugas do corpo, e as causas e origens das mesmas.


Actualmente é estudada actualmente por monges, magos, acupunctores, e por toda uma legião de leigos e profissionais que reconhecem o seu valor e importância como diagnóstico. Além de permitir conheçer certas particularidades do carácter da pessoa, a Fisiognomonia fornece outras informações através dos traços faciais, relacionando-os à sua saúde física, emocional e mental.

A Face e os Doshas

OS Doshas também se revelam na face;

Vata - pele seca, podendo ser ásperas e ou rachadas é característico a existência de rosto comprido angular com queixo pouco pronunciado, nariz pequeno e estreito podendo também ser longo e assimétrico olhos pequenos ou fundos de cor escura

Pitta –uma pele morna, por vezes sardas rosto assemelha se a forma de coração , o queixo é bem pronunciado, nariz Recto ou pontiagudo, de tamanho médio, olhos de tamanho normal, azul-claros, cinza claros ou castanhos, com brilho intenso,

Kapha - pele é, em geral suave, mas muito oleosa, húmida e fria rosto largo, arredondado e cheio nariz largo e de ponta achatada olhos grandes e atraentes, azuis ou castanho-claros; olhar doce

Correlação Face/Sistemas…..


ÁREA A – Sistema nervoso

No período da gestação esta área acompanha o desenvolvimento do sistema nervoso logo, indicando assim a capacidade intelectual de uma pessoa, ou seja as pessoas com testa grande normalmente tem um sistema nervoso mais desenvolvido , isto não significa que sejam mais inteligentes.

Nesta área encontram se também as típicas rugas horizontais que geralmente são três e que também tem correspondências.

A ruga superior – sistema excretor; ruga média – sistema nervoso; ruga inferior – sistema digestivo /respiratório a forma mais ou menos regular destas rugas e a sua apresentação mais marcada ou ténue poderá indicar o estado dos sistemas correspondentes. Ainda em relação as rugas da testa podemos dizer também que quando são as três horizontais e paralelas isto poderá indicar nos raciocínio adequado, claro e ordenado . Pelo contrario rugas verticais ou não paralelas um raciocínio e pensamento caótico.

No caso de existirem quatro rugas não se tem em conta a mais ténue e no caso de serem cinco aplica se o mesmo as dos extremos.


ÁREA B – Sistema digestivo
Como se desenvolve ao mesmo tempo que o sistema digestivo indica nos assim a constituição desse sistema, assim como características físicas e praticas do individuo.

Exemplos:
Esta área mais desenvolvida e forte for esta área mais pratica será a pessoa
A zona da mandíbula esta muito ligada a produção de hormonas sexuais; esta zona forte e larga típica do sexo masculino indica maior produção de testosterona, pelo contrario queixos finos e mais delicados indicam maior produção de estrogènios.

ÁREA C – Sistema circulatório e excretor
O maior ou menor desenvolvimento desta área mostra não so estes dois sistemas mas também os lados social e emocional de um individuo.


Uma região malar desalinhada, onde surja vermelho muito sujo, e pode indicar, a ocorrência de problemas pulmonares.


Por outro lado, vasos sanguíneos visíveis nesta mesma região, diagnosticam doenças do fígado e, mudança súbita de cor ,fora da coloração normal nesta área, revela doença no ânus ou nos órgãos genitais.

Correlação Face/ Órgãos……

Pulmões – esta zona inchada e com gordura significa que os pulmões e os ovários (na mulher) tem excesso de muco e gordura. Coloração azul acinzentada na zona do estômago - revela falência orgânica. Coloração avermrlhada nesta zona pode indicar que os pulmões se encontram demasiado contraídos para o que deveriam estar e como consequência maior propensão a insuficiência respiratória. Coloração cinzenta indica que os pulmões e o fígado não estão de boa saúde.

Brônquios – narinas abertas e bem pronunciadas significa que existe uma boa oxigenação, rapidez mental e coragem intelectual , são pessoas que dizem o que pensam.

Glândulas supra – renais - revela se abaixo do canto interno do olho, quando esta zona se encontra com uma cor significa que as supra renais estão a trabalhar excessivamente produzindo assim também em excesso a hormona adrenalina isto irá criar sintomas de tensão e nervosismo(olhos muito agitados, movimentos corporais muito rápidos, voz nervosa e inquietante

Coração – revela se na ponta do nariz, e o lado esquerdo e direito do nariz representa assim o lado direito e esquerdo do coração. Quando a ponta do nariz esta inchada isto diz nos que poderá haver dilatação cardíaca e quando com a cor vermelha hipertensão.
A presença de um sulco na linha média do nariz revela propensão a arritmias cardíacas.

Estômago - quando esta zona se encontra com uma cor azul – acinzentada pode significar falência ao nível dos órgãos.

Fígado – esta representado numa pequena área entre as sobrancelhas, A presença de rugas nesta zona indica tensão nervosa.

Baço e sistema linfático – revela se ao nível das temporas .

Rins – revela se nas orelhas, e na zona das olheiras esta última se apresentar uma coloração mais escura indica falta de descanço, excesso de sal na alimentação ou actividade sexual excessiva, cor azulada indica estagnação ao nivel dos rins e por fim os papos significam excesso de retenção de liquidos

Órgãos reprodutores – revela se no queixo , quando esta zona se apresenta avermelhada e inchada( e principalmente quando existe queixo duplo) indica nos a possibilidade de problemas nos órgãos reprodutores

Sinais , Rugas e Espaços na Face….

Espaço entre a pálpebra superior e a sobrancelha – a existência de formações sebáceas nesta zona indica colesterol alto . Quando a distancia entre a pálpebra superior e a sobrancelha é revela atitudes ponderadas, pessoas impulsivas que não pensam antes de agir,

Espaço entre o lábio superior e o nariz - indica nos a constituição geral do individuo .
Quando este espaço é grande indica nos que é uma pessoa que gosta de qualidade em todos os aspectos.

Ruga horizontal no espaço entre o lábio superior e o nariz nas mulheres indica nos desordens menstruais consequência do consumo excessivo de lacticínios, nos homens significa fraca vitalidade sexual. Rugas verticais nesta zona indicam que os órgão sexuais estão mais fracos.

Ruga horizontal no queixo – indica problemas ao nível dos rins

Rugas verticais na zona do fígado - indica tensão nervosa e que poderá existir problemas hepaticos.

Pés de galinha – indicam a condição dos órgãos vitais.

Sinais faciais…..

A Cor na Face….

Alterações na cor da pele revelam a maior parte das vezes problemas orgânicos.
A coloração da pele é também muito importante no diagnóstico logo a pele deve estar limpa e com a coloração própria.

Coloração acastanhada da face em geral – indica consumo excessivo de alimentos secos
Coloração azulada da face em geral – indica que o sistema linfático está sobrecarregado, muitas vezes a causa é o excesso no consumo de açúcar

coloração amarelada - A coloração amarelada mostra o estômago e o pâncreas estagnados,

Descoloração no nariz ou nas bochechas significa que o corpo não está absorver ferro ou ácido fólico presentes nos alimentos.


Outros constituintes do Rosto…

1 - Orelhas

Uma orelha áspera e dura revela boa sáude.
Orelhas magras revelam um coração fraco, enquanto que orelhas macias denunciam um coração fraco.
Orelhas nas quais os vasos sanguíneos se encontram bastante visíveis indicam debilidades respiratórias

2 - Olhos e Sobrancelhas

Só os seres humanos possuem sobrancelhas, são elas que decidem se a vida vai ser breve ou longa.


Sobrancelhas muito proximas caracterizam pessoas muito nervosas, sobrancelhas ralas indicam propensão a má eliminação das fezes.
Sobrancelhas altas denunciam uma inteligência nata, e as baixas dificuldades na aprendizagem

Os olhos revelam o estado da mente, se a pessoa está saudável os seus olhos são mais leves vivos e brilhantes

3 - Nariz

Um nariz inchado, oleoso e brilhante, acusa excesso de consumo de proteína animal. Um Nariz pequeno relaciona-se com pulmões fracos e baixa actividade dos órgão genitais; nariz comprido a uma pessoa vigorosa.


Um nariz curto denuncia uma falha cardíaca ou um estreitamento da aorta; o nariz inchado e com vasos sanguíneos visíveis, evidencia a má condição do coração. Nariz com a ponta esverdeada é sinal de doença crónica.


Nariz com a ponta amarela, indica prisão de ventre, a ponta pálida denota azia e excesso de acidez no estômago, a ponta preta, indica sinais de cansaço e stress. A coloração verde escuro na ponta do nariz, denuncia que a pessoa sofre de fortes dores pelo corpo, se a ponta é branca, acusa temperatura e pressão baixas; já a coloração amarelo-avermelhada, denota má circulação e, em alguns casos, febre.

BIBLIOGRAFIA
· LAD,Vasant. AYURVEDA A Ciência de Autocura. Novo Século, 1997
· http://www.terapia/ de caminhos . com. br/ayurveda
· www.onlineayur.com
· www.holisticonline.com/ayurveda


Trabalho de:

Inês Simões

Os Marmas - Pontos Prânicos do Corpo


As portas que levam aos nadis são três: a mente, a respiração (o prana) e os marmas.


Descrição c1ássica de um marma no Yoga. Marma significa secreto, oculto. Os marmas são certos pontos do corpo que podem deter­minar a vida e a morte. São regiões anatómicas do corpo, e quase todos são compostos de carne e ossos. São elemento muito importante do Ayurvéda e constituem um meio directo de tratamento dos nadis e do prana que circula por e1es. No Ayurvéda, o conhecimento dos marmas era essencial para o cirurgião; além disso, todos os médicos conhe­cem a ameaça que e1es representavam caso fossem feridos.


Os marmas são semelhantes aos pontos de pressão usados na reflexologia e na acupunctura. Com efeito, é o sistema de marmas que dá origem a esses dois sistemas e a acupunctura. Os marmas, como os pontos de acupunctura, são medidos em dedos. São 107 e c1assificados em seis categorias:

As seis categorias, são as seguintes:
1. Mamsa marmas - predo­mina neles o tecido muscu­lar.
2. Asthi marmas - predomi­na o tecido ósseo.
3. Snayu marmas - predomi­nam os tendões e ligamen­tos.
4. Dhamani marmas - pre­dominam as artérias.
5. Sira marmas - predomi­nam as veias.
6. Sandhi marmas - predo­minam as articulações ósseas.

Os marmas definem-se, ainda, pela sua localização no corpo e o seu número:

1. Cabeça e pescoço: 37
2. Frente do Corpo: 12
3. Membros Superiores: 2
4. Parte de Trás do Corpo: 2
5. Membros Inferiores: 14
Total: 107.


Os marmas também são classificados segundo os sinais que apresen­tam quando são feridos.

Os marmas não devem ser vistos como um sistema complicado e difícil, como o dos pontos de acupunctura.


Os marmas são medidos em dedos. A unidade de medida e a largura do dedo do paciente, não a do dedo do terapeuta. As localizações são especificadas dessa maneira porque cada pessoa tem uma constituição física diferente, tem medidas e proporções diferentes. Em comparação com outros sistemas, os marmas também são diferentes porque podem ter urna largura de um a oito dedos - ou seja, muitas vezes indicam uma região do corpo, e não um simples ponto.


Na terapia de massagem, os marmas podem ser usados de três maneiras:
1. para tratar os nadis e, portanto, os pranas;
2. para tratar um órgão ou um sistema orgânico especifico;
3. para tratar um desequilíbrio especifico dos doshas.

Cabeça e Pescoço (as medidas são dadas em dedos - a largura do dedo.)


Métodos de Tratamento

Os principais métodos de tratamento dos marmas são a pressão, a massa­gem circular e 0 uso de óleo e de óleos essenciais. Também podem ser tratados pelo calor. São pontos muito deli­cados e não devem ser es­timulados com força nem de maneira agressiva. Do mesmo modo, a pressão deve ser aplicada lentamen­te, a força aplicada deve ser cres­cente. A presença mental do terapeuta é extremamente importante. A respiração é um elemento essencial de todas as técnicas de mas­sagem, mas especialmente na massagem dos marmas, pois eles são meios abertos para o prana do pa­ciente.


A Respiração como método de tratamento

A respiração é o principal método de tratamento dos marma. É pela respiração, principalmente, que o prana entra no corpo.

O prana entra no corpo na inalação (prana vayu) e sai do corpo na exalação do ar (apana vayu).
Quando se executa uma massagem, o nadi predominante na hora da sessão também influencia a nature­za do prana - solar ou lunar - projectado pelo terapeuta. Quando o prana é projectado conscientemente, este pode assumir as qualidades de outros pranas que não simplesmente o apana vayu.


Todas as expirações devem ser feitas pela boca. A exalação do ar pelo nariz não possibilita uma melhor emissão de prana a quem estaremos a fazer a massagem, pois os nadis vão ficar fechados. A respiração nasal é adequada para a meditação. Exemplo: a prática de ásanas ou qualquer outra actividade de auto aperfeiçoamento.


Os profissionais mais experientes são capazes de controlar a qualidade do prana que irão transmitir na massagem. Quando é referida a qualidade do prana, esta pode ser penetrante, tranquilizante, estimulante, entre outras que podem servir para tratar os marmas ou marma em questão.





Aplica-se pressão sobre os marmas como se faz em qualquer outra terapia de pressão. Primeiro o terapeuta encontra o marma, localizando um ponto ou pontos onde os tecidos estejam doloridos, duros, delicados ou sensíveis. Aplica-se então a pressão em quantidade crescente. A respiração crescente é importante. Deve-se expirar com a consciência de que o prana está a sair/fluir, e a entrar no prana da pessoa que está a receber a terapia.



Pressão

Aplica-se pressão sobre os marmas como se faz em qualquer outra terapia de pressão. Primeiro, o terapeuta encontra o marma, localizando um pon­to onde os tecidos estão doloridos, duros, delicados ou sensíveis. Aplica-se então a pressão em quantidade crescente. A respiração consciente é importante. Deve-se expirar com a consciência de que o prana está sair das mãos e a entrar no marma. Quando se chegar a um grau de pressão que cause dor ou desconforto à pessoa, fazer pequenos movimentos circulares no sentido anti-horário para dissipar a tensão formada no ponto.


Em geral, os movimentos circulares no sentido horário energizam e estimulam os marmas (ou o corpo) e os movimentos no sentido anti-horário dissipam e espalham o prana bloqueado.
O segredo da aplicação da terapia de pressão sobre os marmas está em ir devagar até o paciente sentir dor e depois aplicar mais devagar. Muitas vezes, só se deve aplicar a pressão, sem fazer nenhum movimento. Nos pontos que estão muito duros e tensos, aplicar a pressão e mantê-la por dois ou três minutos. Então, pára-se duas respirações e volta-se a aplicar pressão. Fazer as vezes que sejam necessárias para curar o marma. Se o prana for transmitido cons­cientemente, verificar-se-á que o ponto será curado em metade do tempo normal.

Portanto, existem dois tipos de movimento circular - no senti­do horário e no sentido anti-horário.


No caso de marmas ou marma deficiente, temos que ver o que se passa com a pessoa a outros níveis.


O marma deficiente é aquele que está a perder o prana ou que está sem capacidade de absorver prana. O marma bloqueado é aquele que nem absorve nem libera prana, aquele cuja actividade energética esta parada.

Distinção entre marma deficiente ou marma normal:

Os marmas deficientes são moles, dolorosos na superfície, sensíveis, elásticos e frios; a área à volta deles é fria e solta; o tónus muscular e baixo.

Os marmas bloqueados são duros, dolorosos num nível profundo, sensíveis a pressão forte, firmes, quentes ou mornos; a área à volta é sensível e macia.

Os dois tipos de marmas precisam ser recarregados ou energizados. Por isso funciona melhor se os marmas bloqueados forem "abertos e purificados" antes da energização. E, no caso dos pontos bloqueados ou estagnados, é melhor aplicar fortes movimen­tos no sentido anti-horário por alguns minutos antes de tentar estimulá-los com movimentos no sentido horário. 0 contrário, é válido para os marmas deficientes: o melhor é primeiro estimulá-los por alguns minutos com movimentos no sentido horário. Todos os movimentos devem ter pressão variável segundo a necessidade, e devem ser rápidos e fortes. Os marmas bloqueados precisam de uma pressão mais forte do que os deficientes. Ter cuidado com: a zona que se está a fazer a pressão, se for no crânio não se pode exercer a mesma pressão que numa perna ou num braço. E também, ter atenção a outras patologias/doenças/desequilíbrios que existam na zona que iremos fazer pressão. Nunca devemos esquecer isto.

É extremamente eficaz para a aplicação tópica.

Pode-se misturar os ó1eos essenciais aos ó1eos de massagem.

No que diz respeito aos marmas, o óleo deve ser usado, em primeiro lugar, segundo a necessidade terapêutica - ou seja, segundo os factores prakruti, dosha, sistema (srota) e órgão, deve ser por esta ordem. Se se estiver a cu­rar uma doença especifica, esse fator - a doença - pode entrar logo depois do dosha. O ó1eo deve estar sempre quente, ou pelo menos morno. Para que, os poros da pele se abram e ele pode ser absorvido mais facil­mente. Deve ser aplicado com as tecnicas de massagem especificas, que farão com que ele penetre mais fundo no marma. O ó1eo e uma subs­tancia benéfica para a nutrição dos nadis e dos marmas. Serve para o forta­lecimento do corpo.


Se o paciente estiver muito fraco ou doente, recomenda-se a massagem dos marmas com ó1eo. Pode-se pingar o ó1eo quente sobre o ponto e deixá-lo lá por algum tempo antes de começar a massagem. Esse método é bastante eficaz, pois permite que o paciente relaxe antes que comece a massagem do próprio marma . Também o ó1eo deve ser massajado com movimentos circulares cada vez mais activos.



Referências Bibliográficas:

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Yoga Vasistha, "The Supreme Yoga", Vols. I e II. Trad de Swami Venkatesananda. Shivanandanagar, Uttar Pradesh, India: Divine Life Society, 1991.
Ros, Dr. Frank, The Lost Secrets of Ayurvedic Acupuncture. Twin Lakes, WI: Lotus Press, 1994.
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DOSSEY, L. Reinventando a Medicina - Transcendendo o Dualismo Mente-Corpo parauma Nova Era de Cura. Ed. Cultrix, SP, 1999.
FRAWLEY, David – LELE, Avinash – RANADE, Subhash. Ayurveda e a Terapia Marma –Pontos de Energia no Tratamento por Meio da Ioga. Ed. Madras, SP,2005.
GERBER, Richard. Medicina Vibracional. Ed. Cultrix, SP, 1988.
GLAS, Norbert. Os Temperamentos, a Face Revela o Homem - II. Ed. Antroposófica,SP,4ª Ed., 2002.
HABERLY, Helen. Reiki – Hawayo Takata’s Story (1900-1980). Ed. Archedigm, 4ª Ed.,USA, 1992.
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OSHO. O Tarô Zen, de Osho – O Jogo Transcendental do Zen. Ed. Cultrix, 2003.


Trabalho de:

Cláudia Lizardo

Os Nadis - As Correntes Subtis do Corpo


Na medicina ayurvédica existe uma compreensão com­plexa, clara e explícita do corpo humano. Sendo esta constituída pelos três doshas (humores biológicos), sete Dhatus (níveis de tecido), quatorze Srotas (canais - dezasseis para as mulheres) e quatorze nadis principais (dutos ou tubos).


A localização e o funcionamento dos órgãos internos era bem compre­endida pelos antigos médicos ayurvédicos. Entretanto, os órgãos eram se­cundários em relação aos sistemas mencionados acima. Segundo os médi­cos, os diversos canais - grosseiros e subtis - eram na verdade os respon­sáveis pela saúde dos próprios órgãos. O corpo era visto como uma unida­de em que todas as partes funcionam em harmonia e estão totalmente relacionadas entre si. Por isso, os métodos de tratamento do Ayurveda têm par base a harmonização dos três doshas e o trabalho para que os sistemas de dhatus, srotas e nadis funcionem correctamente.


O mais subtil dos três sistemas é o dos nadis. Os outros dois – sete níveis de tecidos (dhatus) e quatorze (ou dezasseis) canais (srotas) – são principalmente físicos. Os sete tecidos são produzidos pelas coisas que comemos. O alimento é refinado aos poucos, e passa pelos vários níveis, ate chegar sob a forma dos fluidos reprodutivos. O sistema de ca­nais conduz os alimentos, o ar, o sangue, os dejectos e as substâncias físicas principais. Existem também canais que conduzem a mente e o prana (os quais, porem, não são idênticos aos nadis).


O prana é a base dos doshas e os nadis constituem a rede através da qual eles se movem pelo corpo de forma subtil; na forma grosseira, movimentam-se pelos canais. Os nadis são a base dos outros dois siste­mas, pois é por e1es que circula o prana (os cinco vayus) que activa os outros sistemas. O tecido nervoso (Majja Dhatu) e o canal nervoso (Majjavaha Srota) são alimentados directamente pelos vayus na estrutura dos ossos e da medula óssea. São os nadis que transportam a energia vital pelo corpo. Portanto, é por eles que a terapia deve começar.


No corpo existem 72.000 nadis, 16.000 dos quais são importantes; os principais são em número de duzentos e só um leva a união com Deus. A Krishna Lila é a dança dos nadis para o despertar do Si Mesmo (ou seja, Krishna = Si Mesmo; Gopi = nadi). Este é só um exemplo de muitos que poderiam ser dados.


Os textos de Yoga afirmam que existem 72.000 nadis no corpo. Eles constituem uma rede extremamente fina de canais subtis que se espalha por todo o corpo etérico (corpo de prana, invólucro prânico - pranamaya­kosha - ou corpo energético). Todas as doenças decorrem do congestiona­mento, de bloqueios ou restrições ao funcionamento do sistema de nadis. A maioria das pessoas vê o corpo hu­mano como uma série de camadas progressivamente mais subtis, a seme­lhança de uma cebola; mas a verdade é exactamente o oposto disso. Cada um dos corpos penetra o anterior até o centro do corpo físico, ou seja, todos interpenetram-se. É isso que faz com que o sistema de nadis possa existir nos corpos físico e energético simultaneamente.

Descrição dos Quartorze Nadis

Existem seis nadis do lado direito do corpo, seis do lado esquerdo e dois no eixo central. São, portanto, quatorze no total. Todos esses nadis come­çam no Muladhara chakra, o chakra da raiz localizado na base da coluna.


O corpo funciona segundo uma polaridade basica: feminino/masculi­no, receptividade/actividade, yin/yang, etc. Todas as tradições reconhece­ram a existência dessa polaridade fundamental na vida e no corpo. Os sábios védicos, metaforicamente, usaram as figuras do Sol e da Lua para representar o lado activo e o lado passivo da criação. Além disso, observa­ram que o lado activo tem relação com o guna rajas e que o lado passivo tem relação com tamas. O canal intermediário relaciona-se com sattva ou, se­gundo alguns sábios, com os três gunas em equilíbrio.
Neste último sentido, não há um guna "negativo" - não se pode dizer que tamas seja simplesmente uma qualidade indesejável e que rajas seja só um pouco menos pior, como se diz quanto ao funcionamento da mente. Os três gunas são partes da Natureza e nem poderíamos dormir á noite se não fosse pelo predomínio, nesse momento, da qualidade tamas. Do mesmo modo, se não fosse por rajas não seriamos capazes de nos le­vantar pela manhã! O que é problemático e causa as doenças e a influência de um guna sobre uma actividade que não lhe diz respeito, ou seja, o fun­cionamento "errôneo" dos gunas. Por isso, quando o nadi Ida, que é femi­nino e lunar, é relacionado à qualidade tamas, isso não quer dizer que ele seja pior do que os outros. Do mesmo modo, o fato de o nadi Pingala, masculino e solar, ser rela­cionado a rajas também não quer dizer que ele seja melhor. É só no contexto da mente, que é sátvica por natureza, que esses dois gunas não são apropriados.

O Pingala controla e domina o lado direito do corpo e o Ida controla e domina o lado esquerdo. Em geral, quando o prana se movimenta por um des­ses dois nadis, todos os outros nadis a ele associa­dos também estão activos. A natureza do lado direito do corpo e pitta e a do lado esquerdo e kapha. Os ho­mens, qualquer que seja a sua prakruti (constituição natal), em geral tendem a ter uma energia um pouco mais pitta. As mulheres, independentemente da constituição, tendem a ser mais kapha. Isso deve se ao funcionamento de Pingala e Ida.

Esses dois nadis serpenteiam em volta do nadi central, Sushumna. Cru­zam-no quatro vezes, na altura do segundo, terceiro, quarto e quinto chakras (nas localizações tradicionais dos chakras segundo a Yoga, que não são as mesmas que as ocidentais). o sushumna é o nadi mais importante do corpo, no centro da coluna vertebral. Os seis chakras são ligados a esse nadi, que termina no topo da cabeça, ou seja, no sahasrapadma chakra – que não é um chakra do mesmo modo que os outros seis são chakras.

São esses os três nadis principais, que controlam todos os outros no corpo. o sushumna da a energia básica (prana) ao corpo inteiro e usa os chakras para distribuir essa energia aos vários órgãos e glândulas endócrinas num nível subtil. É auxiliado nesse trabalho pelos nadis solar e lunar, respectivamente Pingala e Ida. Todos os métodos yogues, como o pranayama e os ásanas, trabalham com esses três nadis. A Kundalini Yoga trabalha primeiro com os nadis da direita e da esquerda e depois com o nadi cen­tral, mediante o desenvolvimento do udana vayu – o vento ascendente –, que deve resultar na ativação da Prana Shakti, ou energia prânica primordial. O equilíbrio de ojas e tejas no corpo e na mente cola­bora para isso. É a união de tejas e ojas que ativa a energia da Kundalini (Prana Shakti). Ela sobe então até ao topo da cabeça. Existe um nadi que cumpre especificamente essa função, o Brahmi nadi.


Os Nadis Centrais

1.Sushumna – vai da base da coluna até o topo da cabeça. Facilita o movi­mento ascendente do prana puro que nutre o corpo inteiro.
2.Alambusha – vai do começo do Sushumna até o ânus. E a via de saída pela qual o prana impuro e eliminado do corpo.


Os Nadis da Direita

3. Kuhu - vai da base da coluna até o segundo chakra e depois dirige-se ate a extremidade do pénis ou da vagina. Leva o prana aos sistemas reprodutivo e urinário.
4. Varuna - vai da base da coluna até o quarto chakra, e divide-se para espalhar o prana pelo corpo todo. Diz-se que existe em toda parte.
5. Yashasvati - vai da base da coluna até o terceiro chakra, na altura do umbigo, e dirige para o braço direito e a perna direita. Leva o prana aos membros e permite a movimentação destes.
6. Pusha - vai da base da coluna até o sexto chakra, o "terceiro olho", e dirige-se ao olho direito, alimentando-o de prana.
7. Payasvini - vai da base da coluna até o sexto chakra, o "terceiro olho", e dirige-se ao ouvido direito, alimentando-o de prana.
8.Pingala - vai da base da coluna ate o sexto chakra, o "terceiro olho", e dirige-se à narina direita, alimentando-a de prana.


Os Nadis da Esquerda

9.Visvodhara - vai da base da coluna até o terceiro chakra, na altura do umbigo, de onde se dirige à região do estômago, alimentando-a de prana.
10.Hastijihva - vai da base da coluna até o terceiro chakra, na altura do umbigo, de onde se dirige ao braço esquerdo e a perna esquerda. Leva o prana aos membros e permite a movimentação destes.
11.Saraswati - vai da base da coluna até o quinto chakra, na garganta, de onde se dirige à língua e à boca, alimentando-as de prana.
12.Gandhari - vai da base da coluna até o sexto chakra, o "terceiro olho", de onde se dirige ao olho esquerdo, alimentando-o de prana.
13.Shankhini - vai da base da coluna até o sexto chakra, o "terceiro olho", de onde se dirige ao ouvido esquerdo, alimentando-o de prana.
14.Ida - Vai da base da coluna até o sexto chakra, o "terceiro olho", e dirige-se a narina direita, alimentando-a de prana.

Ao examinarmos os nadis, podemos verificar que oito deles existem aos pares. O Ida e o Pingala conduzem o prana para dentro e para fora das passagens nasais e controlam o sentido do olfacto. o Shankhini e o Payasvini contro­lam os ouvidos e o sentido da audição. o Gandhari e o Pusha controlam os olhos e o sentido da visão. o Hastijihva e o Yashasvati controlam a actividade motora dos membros e, portanto, o movimento. Os outros seis nadis controlam os outros sentidos e actividades motoras.

Saraswati controla o paladar e a língua; Visvodhara controla o sistema di­gestivo e a capacidade de digerir; Kuhu controla os sistemas reprodutores e urinário; Varuna controla a respiração, a circulação, a pele e o sentido do tacto; Alambusha controla a actividade de eliminação.]á Sushumna controla o sistema nervoso e o corpo inteiro; contém em si todos os outros nadis, pois é o pilar axial do corpo subtil (os corpos etérico, astral e mental do sistema ocidental).

Como Tratar os Nadis

Na massagem ayurvédica, o uso principal que se dá aos nadis e o de paci­ficar a actividade motora e os cinco sentidos. Essas duas são contro­ladas pelo vata dosha (vayu). O Ayurveda confirma que vata e responsável pela maioria das doenças. Tratando o sistema de nadis, empregamos um meio directo para a pacificação de vata. Esta é uma das funções mais importantes da massagem na terapia ayurvédica.


Essa forma de massagem chama-se Abhyanga e insere-se habitualmen­te na categoria de massagem geral. Significa ainda a massagem enquanto método terapêutico preven­tivo, ou seja, um método de equilíbrio ou pacificação dos três doshas. Pelo uso consciente dos nadis na massagem, pode se chegar a um método de pacificação de vata (o que inclui a pacificação dos sentidos e da actividade motora) e de prevenção de doenças.

A outra forma de terapia de massagem no Ayurveda chama-se Snehana. o Snehana e, na verdade, uma parte do Pancha Karma e, diz respeito principalmente à aplicação de óleo, não à mas­sagem em si. Embora seja possivel trabalhar os nadis no Snehana, isso não é conveniente. O Snehana é urn processo integral. Assim, o tratamento dos nadis insere-se na Abhyanga.


Tratamentos

1. Sushumna - Aplicar óleo quente ao topo da cabeça com movimentos circulares leves no sentido horário (óleo de Brahmi).
2. Alambusha - Não é correcto tratar esse nadi em outras pessoas. Para o auto tratamento, lavá-lo diariamente e aplicar óleo de gergelim.
3. Kuhu - não é correcto tratar este nadi em outras pessoas. Para o auto tratamento, lave-o diariamente e aplique óleo de gergelim.
4. Varuna - Todas as técnicas de massagem contribuem para o tratamen­to deste nadi. A massagem com óleo é a mais eficaz para o tratamento da pele enquanto órgão do sentido do tacto. A quantidade e o tipo de óleo dependem da constituição (prakruti).
5. Yashasvati - Aplicar óleo quente nas palmas das mãos e nas solas dos pés diariamente. Use o óleo de acordo com a prakruti.
6. Pusha - Humedecer um pouco algodão em triphala ghee, ou numa decocção de triphala, ou em cha de camomila, e coloque a poco de algodão mo­lhado - a pingar um pouco - sobre os olhos enquanto faz o resto da massagem. Ou então, aplique urn pouco de óleo e uma leve pressão aos pontos situados acima dos olhos - nas sobrancelhas.
7. Payasvini - Usar um conta-gotas para pingar duas gotas de óleo no ouvido (óleo de Brahmi ou de gergelim). Ou então, molhar o dedo no óleo e aplicar com cuidado dentro do ouvido. Massajar a orelha toda também é bom.
8. Pingala - Use um conta-gotas para pingar duas gotas de óleo dentro na narina (óleo de Brahmi ou de gergelim). Ou então, aplique um pouco de óleo e fazer uma leve pressão ao lado da narina.
9. Visvodhara - Fazer uma massagem de óleo quente na região do abdómen. Usar o óleo de acordo com a prakruti da pessoa.
10. 10. Hastijihva – Aplicar o óleo quente nas palmas das mãos e nas solas dos pés diariamente. Usar o óleo de acordo com a prakruti da pessoa.
11. Saraswati - Aplicar um pouco de óleo na região da garganta e da mandíbula. Fazer uma massagem leve nos lados da garganta e nos músculos do maxilar serve para tratar este nadi, bem como a massagem na parte de trás do pescoço.
12. No auto tratamento, convém limpar a lingua todos os dias.
13. Gandhari - o mesmo que Pusha.
14. Shankhini - o mesmo que Payasvini.
15. Ida - o mesmo que Pingala.

Um dos métodos mais importantes de tratamento dos nadis é a rotina diária de manutenção. Essa rotina diz respeito principalmente a higiene e ao correcto uso dos sentidos. A sobrecarga dos sentidos é uma das princi­pais causas de doenças.


Os óleos naturais, extraídos a frio, contêm quantidades elevadíssimas de vitaminas, minerais e nutrientes. A pele, é um órgão de assimilação e está relacionada ao sentido do tacto. O óleo nutre o corpo inteiro por meio do sistema de nadis regido por Varuna (o Varuna nadi é um sistema com­plexo de canais minúsculos que se espalham pelo corpo inteiro).

Como as narinas são os pontos finais de Ida e Pingala (e estes são os auxílios que apoiam todos os outros nadis), elas são o ponto mais importante do corpo para o tratamento. A limpeza e a nutrição diária das vias nasais é muito importante nos regimes de saúde da Yoga e do Ayurveda. Depois da limpeza que é feita com a cabeça inclinada para trás e para os lados, para lavar as narinas com água morna salgada, as vias nasais podem ser nutridas com óleo. Pingar as gotas directamente no nariz. Quando esse processo é feito diariamente, o cérebro fica nutrido e o vata dosha permanece equilibrado. Um conta-gotas e um pequeno frasco de óleo de gergelim são os instrumentos necessários para conter o humor vata - pingar três ou quatro gotas em cada narina antes e depois de viajar.


As outras formas de nutrição são o silêncio, o contacto directo com a natureza, o amor, alimentos saudáveis ingeridos em quantidades moderadas e a meditação.

Trabalho de:

Cláudia Lizardo